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Mensagem de Natal do Bispo para o ano de 2024




Mensagem de Natal do Bispo para o ano de 2024

 

Preparando o Ano Jubilar –

Embarcar Juntos numa Viagem de Misericórdia e Esperança

 

Caros irmãos e irmãs em Cristo,

 

«O Espírito do Senhor está sobre mim; Ele me enviou para anunciar a boa nova aos oprimidos e para proclamar o ano da graça do Senhor» (Lc., 4, 18-19)

 

«Confia, pois, no Senhor! Assim, fortalecerás o teu coração, por depositares somente no Senhor toda a tua esperança» (Sl., 27, 14)

 

Em cada Natal, celebramos com reverência o nascimento do nosso Salvador, Jesus Cristo. O Natal deste ano tem um significado extraordinário, uma vez que nos encontramos no limiar do Ano Jubilar de 2025 – um tempo centrado no tema da “esperança”, cheio de misericórdia e graça. Ao antecipar este Jubileu, a Diocese convida cada um de vós a preparar os vossos corações através da oração, da peregrinação e da comunhão comunitária, abraçando a fé, a caridade e a esperança para acolher as bênçãos do Senhor (cf. Bula de proclamação, 1, 3).

 

Comecemos todos pela reflexão sobre o significado do Jubileu de 2025: Um Jubileu é um período especial que simboliza a libertação, o perdão e a misericórdia sem limites de Deus. Não se trata apenas de um convite pessoal, mas também de um apelo colectivo. Cada um de nós é um companheiro de peregrinação nesta viagem sagrada de “esperança”, respondendo ao apelo de Deus para avançar em direcção a um mundo mais justo, pacífico e cheio de esperança. Uma graça fundamental do Jubileu é a concessão de indulgências, um dom extraordinário que significa a descoberta da infinita misericórdia de Deus: “o termo ‘misericórdia’ era cambiável com o de ‘indulgência’, precisamente porque pretende exprimir a plenitude do perdão de Deus que não conhece limites” (Bula, 23).

 

Seguindo a orientação do Papa Francisco, tal como delineado na Bula de Proclamação do Jubileu, a nossa Diocese identificou quatro áreas-chave para o enfoque pastoral: Educação, Serviços Sociais, Família e Juventude. Através de acções concretas nestas áreas, esperamos ajudar todos a viver os valores do Jubileu, partilhando as graças de Deus cheias de esperança.

 

1. Educação: Formar Testemunhas de “O Caminho, a Verdade e a Vida”

A educação forma almas e valores. As nossas escolas católicas iniciarão uma campanha centrada nos valores fundamentais de Jesus Cristo como “O Caminho, a Verdade e a Vida”, esforçando-se por educar os alunos para que se tornem indivíduos de integridade moral, fé e compaixão. Convido todos os que contribuem para esta missão – em particular as Comissões Diocesanas para a Educação Católica e para a Formação Catequética, a Universidade Católica e as comunidades escolares – a prestarem uma atenção especial ao reconhecimento, por parte dos jovens, do valor da vida e das suas necessidades espirituais, a fazer ver a cada um deles a esperança no futuro, o “futuro funda-se no seu entusiasmo. Como é belo vê-los irradiar energia” (Bula, 12).

 

2. Serviços Sociais: Praticar a Misericórdia e a Justiça

O Jubileu chama-nos a cuidar dos vulneráveis, incluindo os idosos, os doentes, os pobres, os presos, os migrantes, os refugiados e outros em dificuldades. Somos chamados a encarnar o amor e a compaixão de Deus, trazendo esperança através de actos de misericórdia. Convido todas as pessoas envolvidas – de modo particular o Grupo de Assistência Social da Comissão Diocesana para a Vida, as organizações católicas de assistência aos idosos e os serviços residenciais – a prestar uma atenção especial à saúde e ao bem-estar dos idosos que estão à vista, a fazer-lhes sentir o calor mesmo no sol poente, porque “sinais de esperança merecem-nos os idosos, que muitas vezes experimentam a solidão e o sentimento de abandono” (Bula, 14). Ofereçamos cuidados integrais e acolhimento aos que se encontram em situações difíceis, levando-lhes um hino à dignidade humana, um cântico de esperança (cf. Bula, 11, 14).

 

3. Igreja: Reconstruir Comunidades de Amor nas Famílias e na nossa Igreja

As famílias são a pedra angular da Igreja e a primeira escola da fé. Da mesma forma, as comunidades no seio da Igreja – quer sejam homens e mulheres consagrados, sociedades ou movimentos – servem como a vanguarda na indicação da “necessidade duma aliança social em prol da esperança, que seja inclusiva e não ideológica, e trabalhe por um futuro marcado pelo sorriso de tantos meninos e meninas, em muitas partes do mundo”. Encorajo organizações como o Conselho Consultivo da Família Católica e as associações de pais e professores das nossas escolas católicas a evangelizarem num espírito de sinodalidade. O nosso Papa Francisco tem-nos recordado repetidamente “como o casamento, a paternidade e as relações familiares fortes e estáveis influenciam o mundo em que vivemos”. A beleza da família reside na partilha de um amor fiel, na confiança, na cooperação e no apoio mútuo. Os líderes de todas as famílias católicas devem “assegurar que os múltiplos sinais de esperança testemunhem a presença de Deus no mundo com os seus respectivos carismas e ministérios” (cf. Bula, 17). Esta é a responsabilidade de construir uma cultura da caridade no seio da família.

 

4. Juventude: A Esperança e a Força do Futuro

Os jovens representam a esperança do futuro da Igreja, mas precisam de orientação e apoio para se tornarem contribuintes positivos para a sociedade e para a fé. O Papa Francisco encoraja os jovens a serem “testemunhas da beleza e da novidade da vida”. Convido todos os que trabalham com os jovens – em particular as Comissões Diocesanas para a Juventude e para as Vocações, as aulas de catequese em cada paróquia e os grupos de jovens nas dioceses – a esforçarem-se mais para chegar aos jovens. “Com renovada paixão, cuidemos dos adolescentes, dos estudantes, das gerações jovens! Mantenhamo-nos próximo dos jovens, alegria e esperança da Igreja e do mundo!” (Bula, 12). Esforcemo-nos também por construir plataformas onde os jovens possam participar activamente e exprimir-se, para ouvir as suas vozes e compreender as suas necessidades. Que eles sejam fortalecidos com a coragem de “esperar no Senhor!” e se tornem “artesãos da esperança” em Cristo (como exortou o Papa Francisco durante o seu discurso aos representantes do Conselho Italiano da Juventude em 16 de Novembro de 2024).

 

Neste Natal, vamos abraçar o espírito de peregrinos e explorar os presépios espalhados por Macau, mergulhando na imagem terna do nascimento do Menino Jesus – a fonte sagrada do amor sem limites e da esperança duradoura. À medida que esta época santa nos conduz ao Ano Jubilar, possamos manifestar a profunda alegria da fé através das nossas palavras sinceras e acções significativas, caminhando juntos como companheiros de peregrinação numa jornada partilhada para receber e celebrar as abundantes bênçãos deste Jubileu especial.

 

Que este Natal e o Ano Jubilar de 2025 tragam paz e as bênçãos de Deus a todos.

 

+ D. Stephen Lee




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